quarta-feira, 20 de maio de 2009

vá, que é para vocês saberem da minha vidinha

Tenho a necessidade de ter a cabeça ocupada. Ter em quem e em que pensar quando chego a casa.
Depois de duas grandes relações sérias na minha humilde existência (reserva de 88, portanto façam-lhes as contas… vá para os mais preguiçosos, 21 anos), acontece-me isto. É, e tenho cada vez mais a certeza que é, por isso, que tenho a necessidade constante de me manter absorvida. Foi isso que a minha última curta relação significou. Era essa necessidade de ter alguém que, mesmo que só fosse por umas quantas horas à noite, semana-sim semana-não, se mostrasse só a mim. Não passou disso. Eu sei e se calhar vocês também sabem.
Chamo-lhe falta. Falta de que alguém se exiba para mim, que alguém me conte histórias que não lembra o diabo e que fazem rir ou mesmo simples marcas importantes que nos permitem concluir mais qualquer coisa de quem está à frente dos olhos.
Mas não pensem, não, que neste momento estou cabisbaixa… Longe disso. Sinto-me segura e sossegada. Após períodos turbulentos, sinto-me leve, sinto que não devo nada a ninguém e que ninguém me deve nada a mim. Paguei a conta da luz, da água e do gás de todas as casas onde ainda tinha dívidas. A mim já ninguém me paga renda e quem já alguma vez teve por aqui casa arrendada (T0 ou T4, conforme os casos), chegaram a um ponto em que a compraram de vez. Não precisaram mais de contar trocos ao final do mês para a pagar. Adquiriram-na, como bem precioso ou não, em definitivo. Apesar de todos os apesares, apesar de já não a escreverem como morada e de já nem para férias ficar. Fica só assim. Para ter. Para recordar.
Contas pagas, a hora é mais do que certa para me sentir assim. Para ser agora o meu momento. Não o momento de muita felicidade. Já tive muitos desses quando vivia com aquele que arrendou o T4. OH se tive! Mas agora é o meu momento porque é mesmo só meu e eu vou fazer dele o que eu quiser, sem se quer ter de fazer contas à vida. É zero, mas também é cem. É vazio, mas também é completo.
Explico então que desta vez, e porque não podia deixar de ser, anda por aí qualquer coisa perdida em pensamentos. Nada de sério, nem nada de brincar. Não há vias de facto, há só preenchimento de horas vagas. Não há relação. Adianto, estou de facto sem-aquela-coisa-que-toda-a-gente-tem-a-mania-de-chamar-bebe. Eu não, não chamo ninguém por esse nome (credo e isto já parecia coisa à Harry Potter, do género “aquele cujo o nome não se deve pronunciar”, vulgarmente conhecido por Voldemort/Val(e)demort(e)).
Não tenho BEBE. O que preenche horas vagas…É só isso. E ele nem sabe que as preenche, portanto, assunto arrumado. Mas desde já vos digo, se algum dia passar a ter 25 horas a consumir-me a cabeça, eu aviso... e talvez até faça um textozito destes bonitinho de blog a contar de como ele já me arrendou um T5 com vista para o mar, por tempo indeterminado. Mas isso já sou eu a divagar:) e olhem que muito.
Palavras terminadas sobre o lado errado do coração. O lado certo é muito melhor. É cheio de paz e de pai e de mãe e de família e amigos. Esses todos também me têm um Tmil arrendado, mas não pagam nem um cêntimo e, pelos vistos, vão mesmo cá morar para sempre.



p.s. tenho mil linhas a falar dos que, até agora, só ocuparam Tquatros...e 4 linhas dos que ocupam ‘Tmiles’. Confirma-se: as melhores coisas da vida não necessitam de grandes e complexas descrições.

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